terça-feira, 5 de junho de 2007

"Le couple heureux qui se reconnaît dans l'amour, défie l'univers et le temps; il se suffit, il réalise l'absolu."

Sempre me fascinou a relação que uniu Simone du Beauvoir e Jean-Paul Sartre, uma ligação que fugiu a todas as convenções sociais mas que se manteve firme ao longo dos anos.
Sabemos que ambos tiveram relações paralelas, paixões mais ou menos fugazes, mas o sentimento de profunda admiração, amor e respeito mútuo que nutriam um pelo outro perdurou para além de todas as adversidades.

Simone du Beauvoir "Le deuxième sexe"


Numa carta escrita a Suzanne Lachance, Simone referia a sua relação com Sartre (e perdoem a tradução feita "pour moi", mas o meu francês já não é bem o que era!):
"Dois seres que se amam profundamente não precisam de outras justificações para amar a vida. Bastam-se, não precisam de nada nem de ninguém.
O amor autêntico, que pode ser preservado apesar da passagem dos anos, dá à vida todo o sentido, toda a sua razão de ser. Não é a única forma de dar razão à existência (o compromisso social, o sentimento de fazer progredir o mundo em que vivemos, a amizade, etc., também podem construir este sentido), mas pode ser a mais bela razão de viver que existe.
O que me entristece é que o casal permaneça unido pelo hábito, pela pressão social... Logo que dois seres se sentem ligados não tanto por se amarem, o que era libertação e plenitude transforma-se em angústia e prisão. Sartre e eu nunca vivemos juntos e sempre considerámos ser livres de correntes que nos prendessem um ao outro. Se permanecemos unidos toda a vida, foi porque nos amámos profundamente e porque, livremente, sempre tivemos vontade de estar um com o outro. E isso é a coisa mais bela que pode acontecer a um ser humano. O amor dá força e coragem para enfrentar o mundo e a vida, a dois e não a um só. É muito!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Powered By Blogger




Feitos um para o outro

Feitos um para o outro

ANÔNIMA

ANÔNIMA

Arquivo do blog