domingo, 21 de setembro de 2008

Duas amigas que viviam grudadas

Era uma vez duas amigas, do tipo siamesas: A "Acho que" e a "Talvez".

Muito grudadas essas duas, até diziam as más línguas que era cara de uma e fucinho de outras.

Mas enfim, vamos ao que interessa:

Acho que era uma criatura muito sentimental,
E pelas leis da afinidade, seu destino curzou com a de Talvez.

As duas não eram ótimas conselheiras,
Mas eram sempre procuradas pelas amigas,
Principalmente as mais desesperadas,
Aquelas è beira de um ataque de nervos mesmo.

Mas tal qual a voz do diabinho,
Acho que e Talvez sempre lançavam um pensamento solto no ar,
Daqueles que colocam as mulheres a pensar,
Pensar bobagens, claro.

Acho que não acreditava no amor,
Talvez tinha quase certeza que amor era obra de ficção científica.

Mas assim seguiam suas vidas.

Decidiram mudar de casa, e foram morar juntas.
Não por terem saído do armário,
Mas porque vieram habitar na minha residência.

Você sabem, condomínio está caro, IPTU nem se fala,
E quando eu menos esperava, as duas se mudaram definitivamente.

Todas as noites Acho que não parava de falar, e Talvez sempre tentava ponderar.

Mas Acho que não tinha semancol algum, e por mais que implorássemos, ela não se calava.
A bicha parece que conversava conosco até por telepatia!

Acho que só se calava quando recebia determinadas ligações,
Mas Talvez se enciumava e logo começava a desfiar seu rosário de inseguranças.

O pior é que elas pagam tudo direitinho,
Contribuem com as despesas de casa, com o consumo de bebidas alcoólicas,
e tudo mais. Não tenho como despejá-las.

Acho que e Talvez, são minhas verdadeiras companhias,
O jeito vai ser sumir, nem que seja por alguns dias,
E quem sabe encontrar, neste meu destino incerto,
As amigas Com Certeza e Eu Quero Muito Você.

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