terça-feira, 17 de julho de 2007

Se a vida dói, drink caubói


O mantra é esse, pombinhos desgarrados e estraçalhados pelas agruras do amor: “Só o caminho do excesso conduz ao palácio da sabedoria”. Assina que é o verso é teu, velho William Blake (viveu em Londres de 1757 a 1827).
Ou seja, numa livre tradução para a nossa baixaria de vida de hoje: SÓ A LAMA CURA! Seu guarda, eu não sou vagabundo, sou um cara carente, estirado aqui na praça Roosevelt ou na pracinha do Diário, com o meu próprio teatro do absurdo no bolso, pensando nela! Seu guarda, acabei de chorar lágrimas caubói _não os da montanha, mas os vaqueiros do asfalto_ no porão com Wander Wildner, que cantava as suas dores de trovador punk brega.
SÓ A LAMA CURA! Leve a sua dor para as ruas, seus bares/seus mares, nade com ela no seco por debaixo das mesas, exponha-se, seja a vitrine de suas próprias escoriações, não se envergonhe, molhe o ombro do garçom amigo, derrame uma para o santo e entorne a próxima bagaceira com gosto de sangue e luto.
Se a vida dói, drinque caubói. Wander Wildner, o que nossa dor idiota vai ser quando crescer? Rato de porão, rato de porão.
Cubra-se do negro do luto e qual um espadachim caricato leve a sua dor para um rolê nos subterrâneos da cidade. Quando estiver bem torto, ria da sua dor como um bêbado se diverte com a sua própria sombra em farrapos.
Auto-ajuda punk-brega: não glamourize tanto a sua dor, tire onda, o amor é assim mesmo, como me disse um dia, num botequim ali perto do Parque 13 de Maio o amigo Evaldo, citando um escriba italiano cheio das grapas: o amor é um beijo,dois beijos, três beijos, quatro beijos, cinco beijos... cinco beijos, quatro beijos, três beijos, dois beijos, um beijo... e FIM e pronto.
Ninguém morre de amor nos trópicos.


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